domingo, 21 de dezembro de 2008

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

“Eis que vos trago Boa-Nova de grande alegria, é que hoje vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10)

Nesta data tão importante na vida de todo cristão, em que celebramos o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, somos chamados a refletirmos sobre alguns pontos importantes:
- Primeiro, nós somos chamados a olharmos para o acontecimento em si. A forma muito humilde em que nosso Senhor vem a nós. Pois em seu poder e glória poderia vir em berço de ouro, ou de forma gloriosa. Não. O Senhor assume nossa natureza a partir da classe menos favorecida. De forma humilde manifestou sua glória entre os humildes, e os chamou para serem seus seguidores e anunciadores das Boas Novas ao mundo todo – aos povos de todas as classes e condições.
- Segundo, nós somos chamados a olharmos para o futuro, a segunda vinda de Cristo. De acordo com sua promessa: “Veremos o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória” (Mc 13,26). No livro de Atos dos Apóstolos, na narração da ascensão de Jesus, temos a promessa: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o viste subir” (Atos 1,11). Não sabemos quando isso se dará, mas sabemos que Ele virá com poder e grande glória, por isso, devemos estar preparados para que quando isso acontecer não nos pegue o Senhor de surpresa.
Que neste Natal possamos renovar nossos votos para com o Senhor. Permitamos que o Menino de Belém nasça em nossas vidas, nossas famílias, nossa sociedade dando-nos novo ânimo e possibilitando um novo ano cheio de bênçãos.

Estes são os votos da Missão do Espírito Santo, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

Se for vosso desejo, venha celebrar o Natal em nossa comunidade, nosso culto de Natal será neste sábado dia 20/12 as 20hrs, no qual teremos a encenação do Presépio Vivo e após o culto teremos confraternização, onde cada família traz um prato de salgado ou doce para partilhar com os irmãos. Todos são bem vindos.

Mensagem de Natal da Secretaria Geral da IEAB


domingo, 23 de novembro de 2008

Jesus Cristo, Rei do Universo

Foi lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; e o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Daniel 7,14).

O verso do livro do profeta Daniel, faz uma declaração clara a respeito daquele que haveria de vir para restaurar e resgatar o ser humano: Jesus Cristo o Senhor. E se observarmos o calendário litúrgico vamos perceber de que estamos a uma semana do advento, palavra que significa advir = está para vir. Ou seja, é um tempo de esperar alguém que está por chegar. Faltando cinco finais de semana para a data que celebramos o nascimento de nosso Rei e Salvador, nós somos chamados a preparar nossos corações, nossas famílias para recebermos o menino de Belém na nossa realidade.
No tempo do profeta Daniel o povo estava a esperar a vinda do Messias, do Cristo. Esperando a sua primeira vinda. E como bem o sabemos veio e habitou entre nós. Hoje, nesse período chamado advento, nós também nos preparamos e esperamos a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas agora é a segunda vinda, de acordo com sua promessa: “e quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (João 14,3), e como seu mensageiro havia declarado no dia de sua ascensão: “esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o viste subir” (Atos 1,11). Ou seja, o Cristo que dentre os apóstolos foi arrebatado aos céus virá uma segunda vez, “virá com as nuvens, com poder e grande glória” (Lucas 21,27; Apocalipse 1,7).
Neste período de espera da segunda vinda do Senhor é importante lembrarmos e observarmos uma afirmação que João Batista fez ao povo preparando-os para a primeira vinda do Senhor: “arrependei-vos, por que está próximo o reino dos céus” (Mateus 3,2). Assim sendo, no período do advento somos chamados ao arrependimento, à conversão verdadeira. Este período deve ser reservado para a penitência, ao jejum e a orações.
Amados irmãos, o nosso Rei e Senhor está por vir, purifiquemo-nos de nossos pecados e voltemo-nos ao Senhor nosso Deus. Este Cristo que a mais de 2000 anos nasceu lá em Belém, pode nascer no seu coração, na sua vida, sua família, sua comunidade, etc. Seja este período, que falta para a data do nascimento de nosso Senhor, um período de penitência, oração, conversão. Nosso Senhor nos chama, vamos dizer sim a Ele.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

31 de Outubro – DIA DA REFORMA

Historicamente, este dia representa o dia em que Martinho Lutero afixou à porta da igreja do castelo de Wittenberg, suas 95 teses a respeito da igreja e da fé cristã da época, no ano de 1517. Podemos dizer que é o dia em que devemos parar para analisar nossa vida, nossos pensamentos e nossas atitudes. Abrir nossos corações para Deus e tentar ver o mundo com outros olhos, a partir da Bíblia… e, se neste dia, percebermos que temos de mudar, então que assim seja! Que se faça a reforma…”
O texto acima é uma citação da página de responsabilidade da Comunidade Dr. Martinho Lutero – IECLB no Jornal “A Integração” da cidade de Horizontina-RS. O texto nos propõe uma reflexão muito valiosa: “analisar nossa vida, nossos pensamentos e nossas atitudes… se percebermos que temos de mudar que assim seja… que se faça a reforma”.
Uma mudança de pensamentos e de atitudes pode ser o que precisamos em meio a crises que vivenciamos na atualidade.
Em primeiro lugar, temos a crise existencial: acompanhamos há poucos dias atrás um jovem de 22 anos sendo o autor de uma atitude de conseqüências trágicas. A causa era o fim do namoro. Nada pode justificar tal atitude, agora, ela pode ser entendida pela falta de sentido na vida deste jovem, que não enxergava nenhuma possibilidade de recomeçar sua vida longe da sua antiga namorada.
Este é um exemplo, de tantos acontecimentos que envolvem jovens que demonstram perante a sociedade sua total falta de esperança, total falta de sentido na vida.
Em segundo lugar temos a famosa crise econômica. Fruto de atitudes precipitadas e impensadas de um pequeno grupo de americanos, que trouxe conseqüências até então incalculáveis para o mundo inteiro.
Duas crises e, por traz destas, a mesma causa: o mundo deu as costas para Deus. Nossos valores estão nos bens materiais – tecnologias, dinheiro, etc. Sem as quais parece que não podemos viver. Tudo bem que o dinheiro é um mal necessário, agora depositar nele toda nossa confiança é a certeza de um futuro desastroso. Toda criação humana é falha e limitada.
Precisamos urgentemente analisar nossa vida, nossos pensamentos e nossas atitudes promovendo uma mudança, promovendo uma reforma. Tenhamos a coragem do reformador Lutero, Deus estará sempre conosco.
Entrega ao Senhor o teu caminho, nele deposita tua confiança e ele fará o mais”(Sl 37,5)

domingo, 26 de outubro de 2008

80 anos da Comunidade Evangélica Dr. Martinho Lutero - IECLB

Neste domingo – 26/10 – estivemos celebrando juntamente com nossos irmãos em Cristo da Comunidade Dr. Martinho Lutero os seus 80 anos de caminhada.
Esta comunidade tem uma importância muito grande para a Missão do Espírito Santo, pois ao darmos nossos primeiros passos na cidade de Horizontina, celebrávamos os cultos nas casas das famílias, mas para as celebrações maiores fomos acolhidos pela comunidade Dr.Martinho Lutero que gentilmente cedeu seu Templo, no qual foi celebrado o culto da primeira visita pastoral de nosso Bispo Dom Olavo, onde recebemos em comunhão a primeira turma de confirmandos, onde muitos batizados foram celebrados e também vários ofícios matrimoniais.
A todos os evangélicos de nossa cidade nossa saudação e o nosso muito obrigado por vossa contribuição na expansão do anglicanismo nesta cidade. Rendemos graças a Deus pelos vossos 80 anos de nossa irmã mais velha e elevamos nossa oração a Ele para que vos continue abençoando e inspirando na missão que lhes confiou.

domingo, 17 de agosto de 2008

LAMBETH 2008: DIÁLOGO DEVE CONTINUAR

A Catedral de Cantuária pareceu pequena para a celebração eucarística de encerramento da XXIV Conferência de Lambeth, realizada entre 16 de julho e 03 de agosto, no campus da Universidade de Kent. Após o encerramento da sessão plenária na grande tenda, o Arcebispo de Cantuária concedeu uma entrevista coletiva à imprensa, expressando sua alegria de que os propósitos da Conferência haviam sido alcançados. Segundo ele, os bispos que atenderam ao chamado de se reunir e refletir sobre seu papel e sua missão alcançaram um largo consenso em torno de muitos temas. Os temas de justiça e compromisso com uma sociedade sustentável e solidária mobilizaram os bispos e esposas reunidos na cidade de Cantuária.
Em relação aos temas em que não se pode apontar um consenso mais visível, como os relacionados à questão da sexualidade humana, os bispos manifestaram o desejo de continuar juntos, buscando compreender sua complexidade e se comprometeram a continuar um sincero processo de escuta. “Nós não resolvemos todos os nossos problemas, mas as peças estão sobre a mesa”, disse o Arcebispo na coletiva. Um documento de 42 páginas, denominado Reflexões sobre Lambeth 2008, foi o resultado dos múltiplos processos de diálogo ocorridos na Conferência. Estudos bíblicos, grupos de reflexão – chamados indaba - plenárias e muita conversa franca e honesta levaram à confecção desse que é um documento para a Comunhão Anglicana e para o mundo de maneira geral.
O encerramento da Conferência na Catedral foi um momento histórico de reafirmação da unidade. Talvez o mais emocionante momento tenha sido, após a Eucaristia, a colocação no altar da capela destinada aos mártires da Igreja dos nomes dos sete missionários melanésios que deram suas vidasem meio aos conflitos étnicos naquele país em 2003. Um grupo de irmãos das ordens religiosas daquele país cantaram em unissono a litania dos santos e márites, ecoando por uma Catedral reverentemente silenciosa diante desse testemunho.
Nossos bispos voltam agora para casa. Temos a esperança de que a experiência de Lambeth possa contribuir para que seus ministérios nas suas dioceses sejam a afirmação do diálogo, da busca constante da vontade de Deus e a capacitação do povo para o testemunho cristão em nossa Província.
O Rev. Cônego Francisco de Assis da Silva é o
Secretário Geral da IEAB

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Carta de D. Jubal sobre a Conferência de Lambeth

Partilhando Lambeth 2008 com nossa gente

Uma semana se passou, já podemos ter uma retrovisão mais tranqüila, com maior discernimento. E esta palavra é chave a fim de que possamos compreender e valorizar o que ocorreu entre 10 de julho e 04 de agosto de 2008.

Colocamos o período inicial de 10 a 15 de julho porque foi o tempo de hospitalidade, quando os bispos se dividiram entre as diversas dioceses da Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda, para adaptação ao fuso horário (mais 4 h em relação ao Brasil) e à cultura local dos nossos hospedeiros. Eleci e eu ficamos junto à Catedral da Diocese de Southwark, na parte Sul de Londres, com nosso antigo e belo amigo, Deão Colin Slee e família, na casa paroquial à beira do Tâmisa, quase defronte à "Ponte do Milênio". O bispo diocesano, Tom Butler, e sua esposa, receberam-nos em sua casa para uma recepção aos onze bispos visitantes mais os seus três bispos sufraganeos, com as respectivas esposas. Alem de nós, eram visitantes três bispos do Zimbabwe e sete do Canadá. Foi uma rica experiência de interação entre os bispos, uma micro experiência do que seria esta Conferência de Lambeth. E todos juntos fomos para Canterbury (Cantuária) na manhã do dia 15.

A maioria dos brasileiros já se encontrava no Parkwood, da Universidade de Kent. Era necessário caminhar uns dois a três quilômetros para chegar ao local das refeições e ao local das Celebrações Litúrgicas e reuniões conjuntas: a "Grande Tenda". Mas havia transporte disponível de 15 em 15 minutos.

Éramos cerca de 650 bispos, cônjuges, e cerca de 500 assessores, incluindo participantes ecumênicos. Só não compareceram bispos da Nigéria, Uganda e Ruanda. Uma fonte de comunicação afirmou que faltaram cerca de 220 bispos anglicanos que fizeram boicote ou foram proibidos por seus Primazes (!?) de comparecer.

A gente sabia da grande tensão que rodeava esta Conferência, e a imprensa secular anunciava o que gosta de anunciar: "A Comunhão Anglicana está em crise! Vai rachar! Quem sabe desaparecer!..."
Facilmente "observamos os corvos em volta, sem perceber os pássaros da esperança e da paz". Esquecemos que ninguém pode aprisionar o Espírito Santo.

Para nós foi a segunda Conferência. Inclusive participei do Grupo de Planejamento da Lambeth 1998. Isso forneceu para a gente a capacidade de ver falhas, mas também permitiu o reconhecimento tácito de que a mudança de método contribuiu inquestionavelmente na formatação do rosto deste encontro internacional dos bispos anglicanos, que acontece apenas de 10 em 10 anos, desde 1867.

Esse método evitou os plenários para a tomada de decisões. Na verdade Lambeth nunca teve em seu objetivo decidir e ditar para a Comunhão Anglicana o caminho a seguir. O próprio Arcebispo Rowan Williams insistiu que Lambeth se concentrasse em dois temas: (a) equipar os bispos para a Missão; (b) fortalecer a Identidade Anglicana. O cerne do nosso encontro de bispos foi a partilha em grupos: Grupos de Estudo Bíblico e Grupos Indaba. O primeiro era composto por 8 bispos, o segundo por 40 bispos, ou seja, cinco grupos de estudo bíblico. Isso permitiu que os grupos Indaba (palavra zulu que significa debater todos os aspectos de uma determinada situação sem intenções de tomar decisões a respeito, mas com tempo e espaço para todos) fossem se transformando em verdadeiras comunidades. Havia um facilitador, um secretario (staff) e um representante do grupo para a formatação dos relatórios. Na parte da tarde havia reuniões plenárias para escutar os relatórios e fazer emendas.


Isso foi possível num ambiente de paciência e respeito, de compreensão das realidades diferentes, das interferências que os ambientes e culturas diversas oferecem na vivencia de nossa fé, dentro da maneira de ser anglicana, porque nos três primeiros dias da Conferência tivemos um Retiro na Catedral de Cantuária excelentemente orientado pelo nosso Arcebispo, assim como pelas liturgias de cada dia, e pela convivência que cultivamos entre nos todos.

Ainda que tivéssemos nossas devoções e refeições conjuntamente, as esposas e os esposos (havia cerca de 20 bispas ,participantes!) também tinham uma programação separada, incluindo o mesmo estudo bíblico em torno do Evangelho de São João. Foram momentos que permitiram uma verdadeira terapia grupal e profunda reflexão sobre a unidade da Igreja, com muito amor e oração pelo que estava ocorrendo durante os nossos trabalhos. Liderava esses trabalhos a Dra. Jane Williams, esposa do Arcebispo de Cantuária. Seus outros trabalhos, palestras e oficinas (musica, liturgia, missão, projetos sociais, redes anglicanas, etc) foram especialmente voltados para a partilha de suas vivencias, ministérios e dificuldades dos diversos contextos de que provinham, alem de exposições e passeios.

Muitos eventos foram oferecidos em horários da tarde e noite, com freqüência voluntária. E muitas noites tivemos momentos de socialização e convivência.

No dia 24 de julho todos fomos as ruas de Londres, passando pelo Parlamento Britânico, até o Palácio de Lambeh, residência do Arcebispo de Cantuária. Todos nós de batina rocha, empunhando cartazes e guarda chuvas, pressionando os governos a atenderem de imediato os "objetivos do milênio", aprovados pela ONU. Cantamos diversas vezes, em português e inglês, o Caminhando pela luz de Deus. Sem dúvidas, foi um poderoso gesto que foi ouvido e visto nos mais diversos cantos do mundo; mostrando uma Igreja que se interessa profundamente pelo que acontece em nossa volta.

O documento final da Conferencia se chama "Reflexões sobre a Conferência de Lambeth". Ele trata de Missão e Evangelização, Meio Ambiente, Ecumenismo, Dialogo com outras Fés, Identidade Anglicana, Homossexualismo, Autoridade das Escrituras no Pensamento Anglicano, o Pacto Anglicano, o Processo de Windsor (recomendações dos Primazes) e Recomendações para o trabalho dos Grupos de Continuação, incluindo o pedido de moratória (que sejam suspensas as ordenações de bispos homossexuais que vivam com pessoa do mesmo gênero, benção de casais gays, e a ultrapassagem de limites provinciais sem permissão).


É reafirmada a posição da diocese como a unidade básica da Igreja, a fronteira onde devemos estar na Missão com maior ênfase. A partir dessa afirmação se questionou o papel deveras hierárquico que vem sendo dado ao Conselho de Primazes nos últimos 10 anos, e se enfatizou a importância do Conselho Consultivo Anglicano na tomada de decisões, onde se incluem bispos, clérigos e leigos, conjuntamente, ainda que seja da nossa tradição que qualquer decisão se torna efetiva somente após concordância da maioria das Províncias Anglicanas.


O papel dos "Quatro Instrumentos de Unidade da Comunhão Anglicana" (Arcebispo de Cantuária, Conferência de Lambeth, Conselho Consultivo Anglicano e o Encontro de Primazes) é reafirmado, assim como as "Cinco Marcas da Missão" (proclamação / batismo e nutrição / serviço aos necessitados / luta pela justiça / integridade da criação).

É fundamental a leitura deste documento final, que relata o que foi dialogado, as alternativas levantadas, e o caminho a seguir nos próximos anos. Entretanto, queremos aqui ressaltar a atmosfera do nosso encontro, que renovou em todos a experiência e a esperança de que como anglicanos, ainda que diferentes, podemos estar juntos.

No sábado, véspera do encerramento, houve um encontro com representantes dos "stewards"(cerca de 70 jovens anglicanos de diferentes nacionalidades que nos ajudaram todo o tempo). Uma jovem afirmou, em testemunho espontâneo, que o que ela vira e sentira ali por três semanas fora a sintonia e harmonia de diferentes bispos e cônjuges, num belo exemplo do que significa ser cristão anglicano.

Pessoalmente, entendemos que precisamos nos entreajudar por maneiras criativas, incentivando a partilha teológica e ministerial ("não se ama quem não se conhece!"), o estudo da hermenêutica bíblica, sempre se afastando de qualquer tentativa de estabelecer limites ou regras que em geral tem sido utilizadas mais como meio de excluir ou silenciar o próximo. Há muita coisa a ser esclarecida e resolvida em família.

Como disse alguém, em um dos grupos Indaba, esta Conferência de Lambeth nos convida a uma Década de Partilha e Generosidade, mantendo-nos caminhando juntos, conversando juntos e juntos escutando-nos mutuamente.

+Jubal e Eleci Neves

domingo, 10 de agosto de 2008

Para refletir

Um calouro arrogante, que estava assistindo a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, por que era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
- Vocês cresceram em um mundo diferente, um mundo quase primitivo, o estudante disse alto e claro de modo que todos em volta pudessem ouvi-lo. Nós, os jovens de hoje, crescemos com televisão, aviões a jato, viagens espaciais, homens caminhando na Lua, nossas espaçonaves tendo visitado Marte. Nós temos energia nuclear, carros elétricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ....
Fazendo uma pausa para tomar outro gole de refrigerante louríssimo, o senhor se aproveitou do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante em sua ladainha e disse: - Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando nós éramos jovens... por isso nossa geração as inventou. E você, um coisinha arrogante dos dias de hoje, o que você está fazendo para a próxima geração?'
Foi aplaudido ruidosamente! O arrogante escafedeu-se.

Convite

A Missão do Espírito Santo, Igreja Episcopal Anglicana de Horizontina promove: Jantar Pró-Reforma do Templo, no dia 16 de agosto do corrente ano. O cardápio inclui galinhada, pão e saladas diversas, ao preço de R$ 3,00 individual e R$ 5,00 o casal. A festa acontece no Salão Comunitário Anglicano, localizado à Rua Santos Dumont, n° 99, sub-solo, Bairro Recanto do Sol.

Neste dia a transmissão do programa Embalos da Noite da Rádio Comunitária Virtual FM 96.1, será de nosso Salão Comunitário, com início as 18hrs. O programa sempre conta com a apresentação de vários artistas locais. Logo depois do programa a festa continua com excelente animação.

Os cartões para o Jantar podem ser adquiridos com a diretoria da Missão do Espírito Santo e na Casa Pastoral com o pastor, localizada à Rua Santos Dumont, 41, no bairro Recanto do Sol. Informações pelo fone 3537 6392.

Todos estão convidados.

domingo, 20 de julho de 2008

A Missão do Espírito Santo celebrou mais uma grande festa

No sábado -19/07/08 - o programa Integração/Embalos da Noite da Rádio Comunitária Virtual FM 96.1 foi transmitido ao vivo de nosso Salão Comunitário. Embalos da Noite é um programa de auditório que abre espaço para artistas locais apresentarem seu talento diante da população horizontinense. Na oportunidade a comunidade ofereceu um gostoso carreteiro. A transmissão do programa de nosso Salão Comunitário acontece em todo terceiro sábado de cada mês.
Aproximadamente setenta pessoas prestigiaram o evento, podendo se divertir a vontade, além de jantar muito bem. Destaca-se a participação de pessoas que não conheciam o espaço e, quem sabe, nem ouviram falar da Igreja. Ou seja, estamos alcançando nosso auto-sustento e nos tornando conhecidos na cidade e região.
Destaca-se o empenho dos membros da comunidade na divulgação e na preparação do evento, além da parceria da Rádio Comunitária Virtual FM, que tem contribuído na divulgação de nossos eventos e atividades, sendo um parceiro importante na reestruturação de nossa comunidade. E de modo especial elevamos nossa ação de graças a Deus, nosso Senhor, por estar nos inspirando e dirigindo na reestruturação desta comunidade. A Ele seja toda honra e glória.

terça-feira, 8 de julho de 2008

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz , mas espada”

Nas palavras de Rev. Carlos Calvani, pastor e teólogo anglicano, “O texto do evangelho de hoje definitivamente se insere na categoria daqueles que muitas pessoas prefeririam que não estivesse nas Escrituras, por considerá-lo muito radical”. Realmente as palavras de Jesus parecem se chocar com a proposta do Evangelho – proposta de paz, amor ao próximo; Divisão entre pais e filhos, divisões na família, parecem se chocar com a proposta do príncipe da paz. Parece, mas não se chocam.
Mas antes de qualquer reflexão é preciso entender duas coisas:
- Primeiro é necessário que entendamos o contexto do evangelho de São Mateus. Pois este evangelho é destinado a uma comunidade de judeus convertidos ao cristianismo, que sofriam pressão e perseguição por parte de seus familiares que ainda permaneciam no judaísmo. É exatamente para neste contexto que o evangelista Mateus encaixa os ensinamentos de Jesus Cristo.
- Em segundo lugar quem se converte – literalmente muda de direção. A opção por Cristo, a opção pelo Reino exige rompimento com as estruturas injustas da sociedade, rompimento com a cultura opressora e contra tudo o que se opõe a vida. “Não é possível servir a dois senhores”. Ou eu sirvo a Cristo e ao seu Reino, ou eu sirvo ao mal, ao pecado. Não posso me curvar diante de Deus e diante do mal. E É claro que dentro desse rompimento podem estar envolvidos laços familiares.
- Em terceiro lugar é necessário lembrar do primeiro mandamento: amor a Deus sobre todas as coisas. A opção radical por Deus não é afastamento da família. A própria teologia muçulmana, por exemplo, ensina que um dos preceitos básicos do Islã é o respeito à família e a obediência aos pais. Porém, o Islã ensina que isso jamais pode estar acima do compromisso com Alá. Se a família é um obstáculo para seguires as regras do corão é melhor romper com ela, pois o compromisso primeiro é com Alá.
Esse é o contexto do evangelho, o texto do evangelho dentro da realidade para a qual foi escrito. Agora para maioria de nós que nascemos em famílias cristãs, essa oposição pode não aparecer tão clara. Mas eu tenho um exemplo dentro da minha família que se encaixa nesse contexto: Meu pai desde muito tempo é anglicano e para ele todos os seus filhos deveriam ser anglicanos. Quando duas das minhas irmãs se converteram para outras denominações religiosas, ele literalmente as condenou - ficando rompido com elas durante muito tempo - e condena até hoje, convive com elas, mas jamais vai aceitar aquela realidade como algo normal.
Mas as palavras de Cristo são diretas, “quem não toma sua cruz e vem após mim não é digno de mim”. Como mencionamos acima, converter é mudar de direção, mudar de vida. Aquela história que eu me converto, e vou dando uma escapadinha aí outra ali, não funciona. O mal vicia. Ou seja, quem rouba uma caneta pode tranqüilamente roubar um carro, pois a atitude é a mesma: apropriar-se de algo que não lhe pertence.
O mal, pecado, pode virar uma rotina. Quem fala palavrão acaba freqüentemente soltando um, muitas vezes sem perceber, é algo automático. Agora se você é moderado, mesmo em situações estremas as palavras que saíram de sua boca serão de paz.
O bom dessa história é que assim como o mal vicia e pode se tornar uma constante. O bem tem o mesmo resultado. Pois atitudes de bem, em favor da vida, geram outras atitudes de bem, em defesa da vida.
É importante que durante esta semana, possamos refletir até que pondo a cultura, a sociedade na qual vivemos muitas vezes nos leva a trilhar por caminhos contrários aos de Cristo. Conceitos formulados por nossas famílias, muitas vezes são preconceituosos e contra a dignidade humana. É importante sabermos romper com esta bagagem negativa, e introduzir na família e na sociedade os valores do evangelho.
É importante falarmos ainda do nosso batismo. No batismo nós morremos com Cristo para o pecado, e ressuscitamos com Ele para a vida. Portanto em nossa vida devemos buscar nos moldar de acordo com os ensinamentos de nosso Mestre. Ele é que nos ensinou como podemos viver, sendo livres e longe do pecado. Eu não sou escravo de Deus caso andar pelo caminho do bem.
Temos diante de nós as duas opções o mal e o bem. Podemos ser escravos do pecado. Mas podemos ter vida plena ao dizermos não ao pecado e sim à Deus. O pecado humilha, escraviza e mata. O bem nos traz a paz, a felicidade, a vida plena.
De acordo com o Apostolo Paulo: "Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede de-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vença o mal com o bem" (Rm 12.20-21)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Missão do Espírito Santo celebra sua Festa Junina

A Missão do Espírito Santo realizou no último dia 21 de junho do corrente ano, sua festa junina. Apesar do frio um bom número de pessoas se fez presente no evento. Com muita música, comida e bebida o povo pode se aquecer e celebrar uma bela festa.
Vale destacar o empenho de toda a comunidade, na arrecadação de prémios e outras doações, bem como na divulgação e organização da festa. Ainda destaca-se a divulgação da festa pela Rádio Comunitária Virtual FM 96.1.
O sucesso do evento foi consequência do trabalho e empenho de todos, e assim passo a passo a Missão do Espírito Santo vai alcançando seu auto-sustento e caminhando em direção de seu objetivo maior, a reforma de seu templo. Templo este que completa 25 anos de sua construção e consagração no ano de 2009.
Pedimos a Deus, nosso Senhor, inspiração e força nesta caminhada.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Programa "Rompendo em Fé" Rádio Comunitária Virtual FM 96.1

A Missão do Espírito Santo teve uma conquista muito importante, desde maio de 2008 iniciou o programa "Rompendo em Fé", posto no ar pela Rádio Comunitária Virtual FM 96.1. Programa que tráz a toda população de Horizontina e região a mensagem de fé, o louvor anglicano e faz conhecido de todos as atividades e acontecimentos da comunidade. Que Deus, Senhor nosso, continue a nos abençoar na missão que nos confia.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Justificativa

Caros Irmãos,

Graça e Paz

Estamos com dificuldades no acesso a internet, sendo assim, não estamos publicando textos ou notícias há um bom tempo. Estamos trabalhando na solução do problema. Em breve estaremos novamente partilhando textos e notícias da Região.

Rev. Antônio Ryscak
Coordenador Regional

sábado, 12 de janeiro de 2008

MENSAGEM DE NATAL DE 2007

Uma das mais estranhas e tocantes expressões do Novo Testamento é um versículo da Carta aos Hebreus 11:16: “E Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles”. O escritor está falando sobre a história do povo de Deus. Sempre que o povo se mostra fiel a Deus, fiel em se manter na fé, em vez de se sentir satisfeito em si mesmo, sempre que se sente como verdadeiro peregrino, Deus então fica contente em ser chamado o Deus dele. Ele se declara ser o Deus de peregrinos, de um povo que sabe que suas vidas são incompletas e que ainda está viajando em busca do cumprimento das promessas de Deus. A visita a um campo de refugiados no Oriente Médio, que fiz em outubro último, mostra de maneira literal e absoluta o que significa não ter um lar, sem condições de poder confiar em algum recurso, interno ou externo. Pessoas em circunstâncias tão terríveis jamais se sentirão satisfeitas. Elas sempre esperarão por um futuro. Elas são obviamente aquelas pessoas em cuja companhia Deus não se envergonha de estar, pessoas cujo Deus é feliz em ser o seu Deus. Ele está ao lado dos sem-lar. Mas isso é também uma imagem da relação de Deus com todos aqueles que não têm um lar ou vagueiam por outros caminhos.

Quão desconcertante expressão é dizer que Deus não se envergonha! É como se fôssemos tranqüilizados de que, apesar de tudo, Deus não se importa de ser visto em nossa companhia. A maioria de nós conhece a experiência de se sentir embaraçado por alguém – crianças se sentem embaraçadas pelos pais; os pais pelas crianças. Eu mesmo, algumas vezes, já me encontrei caminhando pela rua com alguém falando alto ou se comportando de maneira esquisita, desejando não ter estado lá. Mas Deus não se sente embaraçado pela companhia humana, quando esta companhia se afasta de sua auto-satisfação e está pronta para continuar ao seu lado. Podemos até pensar que Deus se envergonha da companhia humana, que é imperfeita, confusa e até mesmo pecadora. Mas Deus se sente feliz em ser o Deus de um povo confuso e pecador, quando esse povo reconhece sua própria confusão e enfrenta a verdade de suas necessidades. É isso que as grandes parábolas de Jesus, no evangelho de São Lucas, tanto mencionam, especialmente a Parábola do Coletor de Impostos.

Assim, no Natal, Deus mostra que não se envergonha de estar conosco. Ele ouviu os nossos gritos de fraqueza, as nossas incertezas e ansiedades. Ele olhou para o nosso caminhar e nossas angustias, e Ele não se envergonha de estar ao nosso lado, caminhando junto em nossa peregrinação. E porque Ele está contente de andar em nossa companhia, somos desafiados pela companhia da qual nos envergonhar de andar. Decidimos com muita facilidade nos sentirmos envergonhados de participar da companhia do pecador, do confuso ou do proscrito. Mas Deus, parece, não se envergonha de ser visto na companhia desse tipo de povo. Se Ele se envergonhasse de ser chamado o Deus de qualquer grupo humano, então o texto de Hebreus sugere de maneira enfática que Ele se sentiria muito mais embaraçado por aqueles que pensam que já chegaram ao fim de sua jornada, que pensam que já alcançaram a perfeição (compare as irônicas e desdenhosas palavras de São Paulo em I Coríntios 4:8: Vocês já tem tudo o que precisam. Já são ricos!). E está claro porque Deus se envergonharia de ser o Deus de tal povo: eles se comportam e falam como se não necessitassem de Deus, como se não necessitassem da graça, da esperança e do perdão.

Deus ama a companhia daqueles que conhecem as suas necessidades. E é por isso que Ele vem no Natal para permanecer com eles, viver com eles e morrer e ressuscitar por eles. Ele é o Deus que abençoa o pobre – e não só aqueles que são materialmente pobres – mas aqueles que não têm as ‘riquezas’ da auto-satisfação e do contentamento, aqueles que sabem muito bem o quanto lhes falta a verdadeira e completa humanidade. E assim precisamos transmitir esta bênção aos pobres de toda espécie, aqueles que não têm recursos materiais e aqueles que são “pobres de espírito”, porque conhecem a sua fome e as suas necessidades. Perguntemos honestamente a nós mesmos em que companhia nós nos sentiríamos envergonhados de estar – e então perguntemos onde Deus poderia estar. Se Ele acolheu o fracassado e o fragilizado mundo dos seres humanos, que conhecem as suas necessidades, então precisamos estar lá com Ele.

Que Deus nos conceda toda a bênção e alegria neste Natal.

+ Rowan Cantuar