terça-feira, 8 de julho de 2008

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz , mas espada”

Nas palavras de Rev. Carlos Calvani, pastor e teólogo anglicano, “O texto do evangelho de hoje definitivamente se insere na categoria daqueles que muitas pessoas prefeririam que não estivesse nas Escrituras, por considerá-lo muito radical”. Realmente as palavras de Jesus parecem se chocar com a proposta do Evangelho – proposta de paz, amor ao próximo; Divisão entre pais e filhos, divisões na família, parecem se chocar com a proposta do príncipe da paz. Parece, mas não se chocam.
Mas antes de qualquer reflexão é preciso entender duas coisas:
- Primeiro é necessário que entendamos o contexto do evangelho de São Mateus. Pois este evangelho é destinado a uma comunidade de judeus convertidos ao cristianismo, que sofriam pressão e perseguição por parte de seus familiares que ainda permaneciam no judaísmo. É exatamente para neste contexto que o evangelista Mateus encaixa os ensinamentos de Jesus Cristo.
- Em segundo lugar quem se converte – literalmente muda de direção. A opção por Cristo, a opção pelo Reino exige rompimento com as estruturas injustas da sociedade, rompimento com a cultura opressora e contra tudo o que se opõe a vida. “Não é possível servir a dois senhores”. Ou eu sirvo a Cristo e ao seu Reino, ou eu sirvo ao mal, ao pecado. Não posso me curvar diante de Deus e diante do mal. E É claro que dentro desse rompimento podem estar envolvidos laços familiares.
- Em terceiro lugar é necessário lembrar do primeiro mandamento: amor a Deus sobre todas as coisas. A opção radical por Deus não é afastamento da família. A própria teologia muçulmana, por exemplo, ensina que um dos preceitos básicos do Islã é o respeito à família e a obediência aos pais. Porém, o Islã ensina que isso jamais pode estar acima do compromisso com Alá. Se a família é um obstáculo para seguires as regras do corão é melhor romper com ela, pois o compromisso primeiro é com Alá.
Esse é o contexto do evangelho, o texto do evangelho dentro da realidade para a qual foi escrito. Agora para maioria de nós que nascemos em famílias cristãs, essa oposição pode não aparecer tão clara. Mas eu tenho um exemplo dentro da minha família que se encaixa nesse contexto: Meu pai desde muito tempo é anglicano e para ele todos os seus filhos deveriam ser anglicanos. Quando duas das minhas irmãs se converteram para outras denominações religiosas, ele literalmente as condenou - ficando rompido com elas durante muito tempo - e condena até hoje, convive com elas, mas jamais vai aceitar aquela realidade como algo normal.
Mas as palavras de Cristo são diretas, “quem não toma sua cruz e vem após mim não é digno de mim”. Como mencionamos acima, converter é mudar de direção, mudar de vida. Aquela história que eu me converto, e vou dando uma escapadinha aí outra ali, não funciona. O mal vicia. Ou seja, quem rouba uma caneta pode tranqüilamente roubar um carro, pois a atitude é a mesma: apropriar-se de algo que não lhe pertence.
O mal, pecado, pode virar uma rotina. Quem fala palavrão acaba freqüentemente soltando um, muitas vezes sem perceber, é algo automático. Agora se você é moderado, mesmo em situações estremas as palavras que saíram de sua boca serão de paz.
O bom dessa história é que assim como o mal vicia e pode se tornar uma constante. O bem tem o mesmo resultado. Pois atitudes de bem, em favor da vida, geram outras atitudes de bem, em defesa da vida.
É importante que durante esta semana, possamos refletir até que pondo a cultura, a sociedade na qual vivemos muitas vezes nos leva a trilhar por caminhos contrários aos de Cristo. Conceitos formulados por nossas famílias, muitas vezes são preconceituosos e contra a dignidade humana. É importante sabermos romper com esta bagagem negativa, e introduzir na família e na sociedade os valores do evangelho.
É importante falarmos ainda do nosso batismo. No batismo nós morremos com Cristo para o pecado, e ressuscitamos com Ele para a vida. Portanto em nossa vida devemos buscar nos moldar de acordo com os ensinamentos de nosso Mestre. Ele é que nos ensinou como podemos viver, sendo livres e longe do pecado. Eu não sou escravo de Deus caso andar pelo caminho do bem.
Temos diante de nós as duas opções o mal e o bem. Podemos ser escravos do pecado. Mas podemos ter vida plena ao dizermos não ao pecado e sim à Deus. O pecado humilha, escraviza e mata. O bem nos traz a paz, a felicidade, a vida plena.
De acordo com o Apostolo Paulo: "Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede de-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vença o mal com o bem" (Rm 12.20-21)

Um comentário:

Anônimo disse...

As igrejas mentem a respeito de Cristo mentem quando dizem que Cristo veio trazer paz para a terra, pois, em nenhum lugar da Bíblia esta escrito que Cristo traria a paz aqui para a terra muito pelo contrario é só ler a Bíblia e parem de ouvir o que estes charlatões dizem, pois a Bíblia sim é verdadeira.
´´Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; 35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; 36 E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.`` Mateus 10:34
´´E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.`` Mateus 24:6
´´Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. 33 Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.`` Mateus 24:32