quinta-feira, 11 de junho de 2009

Unidos na Tua Mão(Ez 37, 15-19, 22-24a)

Ao olharmos para a realidade do cristianismo - com inúmeras denominações, tomadas por estratégias cadê vez mais eficientes para atrair maior número de membros, estratégias estas nada cristãs, etc - somos muitas vezes tomados pelo desanimo, pela falta de fé. É cada vez maior o número de pessoas que se consideram cristãs sem igrejas, e também é maior o número de descrentes por causa desta realidade vergonhosa.
Neste dia somos chamados a olharmos para Israel – o Povo de Deus – do tempo do profeta Ezequiel. Jerusalém é tomada, destruída, incendiada e todos os habitantes enviados para exílio. Uma realidade de sofrimento e total desânimo, onde muitos com certeza perderam a fé em JAVÉ Deus. Mas um sacerdote é motivado pela força de Deus e transformado em Profeta. Ezequiel faz conhecida a profecia de Deus em meio a calamitosa realidade, que é fruto do pecado e da falta de fé.
Segundo esta profecia um pequeno grupo que seja, limitado, será reorganizado, abençoado, o povo de Deus será restabelecido. No capitulo 37 do Livro do Profeta Ezequiel, um pouco antes do trecho que ouvimos, temos a afirmação de que até os mortos viverão. Dirigindo-se a um vale tomado de ossos secos, diz o Senhor: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis.
Por mais diminuído e aniquilado que esteja Israel – o Povo de Deus – ainda que fosse semelhante a um ossário abandonado pela vida, o Senhor saberá fazê-lo reviver ao sopro impetuoso do seu espírito.
Um povo restabelecido, purificado das impurezas e dos ídolos, com um coração novo e um espírito novo dado por Deus. Caminhando de acordo com os ensinamentos do Senhor. E, acima de tudo um povo reunificado – de várias tribos espalhadas, formando uma só nação na mão do Senhor.
Vejamos mais um cenário. Os discípulos de Jesus após a sua morte estavam arrasados, destruídos e com medo. Sob o risco de sofrer a mesma punição que seu Mestre. Mas eis que um dia reunidos em um lugar fechado e em clima de oração, são revestidos do Poder do Alto - o Santo Espírito de Deus. Impulsionados por este poder, humildes pescadores e cobradores de impostos se transformam em grandes e sábios pregadores. Os diversos povos, de diferentes tribos presentes em Jerusalém ouvem e compreendem as Boas Novas do Senhor. O poder de Deus se manifestou através da fraqueza humana.
Pentecostes é isso – o poder do alto nos capacitando para a missão e nos unido em torno do mesmo Deus.
Da mesma forma como Israel – destruído e incendiado; como os discípulos – limitados e cheios de medo; está o cristianismo, fragmentado em guetos e tomado por ideologias de mercado. Mas eis que o Senhor se coloca diante de nós e diz: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis; sereis tomados de entre as nações onde estão, e os congregarei de todas as partes. Farei de vós uma só nação. Assim, sereis o meu povo e eu serei o seu Deus.
O movimento ecumênico é o prenúncio desta realização. Uma realidade de unidade é possível, em clima de oração e vivência da fé. Não uma realidade de uniformidade, onde todos agem e pensam da mesma forma, mas uma realidade de respeito, de comunhão, de amor. “Unidade na Diversidade”. Unidos pela fé – Unidos na mão do Senhor.

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