quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Profissão de Fé e Discipulado

Texto base:Lucas 9, 18-24

Três itens nos parecem essenciais e se destacam neste texto:
Em primeiro lugar temos a afirmação de que Jesus esta em um lugar à parte em oração. Acontecimento destacado em diversos momentos pelos evangelistas. Jesus tem uma vida de oração intensa. Temos assim revelada a intimidade entre Jesus e o Pai.
Os evangelistas vão destacar a oração de Jesus de modo especial quando Ele está se preparando para um momento importante, decisivo em sua vida. Por exemplo: Antes de escolher os doze (Lc 6,12); na revelação da sua identidade de Messias (Lc 9,18); em Lc 11,1-4 ensina os discípulos a orar; etc. Podemos perceber a importância da oração na vida de Jesus, sendo Ele o Filho de Deus, o Cristo. Nós como seus discípulos, seguidores de Cristo, somos ensinados e desafiados por ele para orarmos sem cessar, para que assim nos aproximemos da intimidade que existe entre Jesus e o Pai; somos desafiados a seguir seu caminho de santidade.
Em segundo lugar, a identidade de Jesus é revelada na confissão de Pedro: “És o Cristo de Deus”. Este é o momento central do evangelho de São Lucas, Jesus não é mais um profeta, um grande mestre, um revolucionário ou um grande homem. Ele é o Messias de Deus, anunciado pelos profetas. Além de confirmar que era o Cristo, Jesus confirma algo que os profetas também anunciaram que iria sofrer morte de cruz.O povo em geral tem definições aproximadas como João Batista, Elias ou um dos antigos profetas que ressuscitou, mas somente os doze que tinham intimidade, proximidade e vivência em comum, puderam confessar Jesus como o Cristo.
Em terceiro lugar, a afirmação de que nenhum discípulo é maior que seu mestre. Nas palavras de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (v.23). Após terem a revelação do que esperava o Mestre agora são desafiados, alertados que o discipulado, o seguimento de Cristo traz exigências, desafios. Seguir a Cristo exige negação do ‘eu’. Não é mais a minha vontade, a minha pessoa, mas sim a vontade de Deus, o Reino de Deus. A entrega deve ser total. Além disso essa entrega é constante – dia a dia – não podemos desanimar, dar chance ao mal. O exercício de entrega deve ser constante, até que Cristo se torne o Senhor da minha vida.
A oração nos leva a proximidade, intimidade com Cristo. Nas afirmações de Jesus: “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57); “Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim” (Jo 15,4). Temos a comunidade de fé como um lugar onde podemos aprofundar, amadurecer a nossa espiritualidade. Somente com constante comunhão com os irmãos e consequentemente com Jesus teremos a revelação da sua identidade, podendo confessa-lo como nosso Senhor e nosso Deus. Somente na vida de comunhão com Cristo perceberemos a sua ação em nosso meio. Assim seremos verdadeiros discípulos, dispostos a nos entregar totalmente e preparados para qualquer desafio que a missão exigir de nós.

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